Percorríamos um terreno arenoso e irregular onde só vegetação rasteira espreitava aqui e acolá, sentados um pouco de esguelha, num jipe que mais parecia ser um quatro patas do que um 4x4 e que, nos cinco quilómetros percorridos, nos sacudiu fortemente, valendo, no entanto, o pequeno incómodo.
Antelope Canyon
Conduzido por um corpulento índio navajo, descendente desses heróis dos filmes western que alimentaram o meu imaginário na infância e sobre quem sempre nutri uma simpatia, embora a versão de Hollywood, regra geral, os apresentasse como os maus da fita, este “herói” seria também o nosso guia que nos iria mostrar o espectacular Antelope Canyon.
No Arizona, em terras da nação Navajo que é somente a região onde se encontram os descendentes desse grande povo, agora com ocupações ligadas ao turismo, à venda de artesanato, vivendo em muito modestas casas de madeira espalhadas um pouco pelo território circundante do Grand Canyon, é onde se situa o Antelope Canyon. Uma formação rochosa em tons de argila avermelhada e estriada de tons mais claros, apresentando uma enorne fenda resultante dos caprichos da mão escultora da mãe natureza, o Antelope é uma autêntica obra de arte.
Entrámos na fenda, percorrendo corredores muito estreitos e sinuosos, esculpidos em formas peculiares com a autoria da chuva e do vento que penetram por onde podem, deixando autênticas maravilhas para o nosso olhar.
Por volta do meio-dia, quando a luz do sol incide, na vertical, sobre a fenda, fomos presenteados com jogos de luz, qual espectáculo de deuses oferecido a nós, simples mortais completamente pasmados. Excelentes fotos podem ser feitas por quem tenha máquina preparada para a situação, uma vez que o uso de flash aqui não é muito adequado, o que infelizmente foi o nosso caso.
O Antelope não pode rivalizar, de modo algum, com o Grand Canyon, mas é uma pequena jóia que quem andar por estas paragens deverá aproveitar.
Fonte: Fugas - PÚBLICO
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