segunda-feira, 13 de abril de 2020

A Laura foi à descoberta da Terra do Sol Nascente - parte 1

Após uma viagem pela natureza da Costa Rica em 2018, a Laura decidiu ir à descoberta da cultura ancestral do Japão no passado Setembro. Sempre disse que seria a viagem da sua vida - será que superou expectativas? Vamos começar: em nome próprio, a Laura conta as suas aventuras na Terra do Sol Nascente.


A tão aguardada partida (e chegada)

Konichiwa, mina-san! Que é como quem diz "olá a todos!".

Ainda nem acredito bem que estou no Japão. Era uma viagem com que sonhava há anos e que nunca pensei fazer tão cedo. É um sonho tornado realidade.

Os voos correram muito bem. O aeroporto de Osaka é feio, mas é funcional e os trâmites legais não são muito demorados. Encontrámos a nossa guia à saída, comprámos um cartão SIM com dados e fomos apanhar o autocarro que nos deixou a menos de 10 minutos a pé do hotel. Chovia um pouco quando chegámos, mas sem ser incomodativo. O hotel é simpático, muito limpinho e bem localizado, a cerca de 10 minutos a pé da estação de Osaka (que seria o ponto de encontro da visita guiada do dia seguinte).

Chegámos ao hotel pelas 20h30, pelo que só tomámos um duche, trocámos de roupa e fomos em busca de um sítio para jantar.


Photo by Laura Filipe

Embora Osaka seja cheia de ruas e avenidas largas, e prédios altos que nos fazem sentir umas míseras formiguinhas, o encanto está nas ruas mais estreitas e cheias de restaurantes e sinais e placas luminosas, tal e qual como se vê nos filmes. Foi numa destas ruazinhas que encontrámos um pequeníssimo restaurante de ramen, onde só estavam japoneses (acabados de sair do trabalho), a jantar e a conviver. O empregado não falava uma ponta de inglês, mas entre o nosso japonês e gestos lá nos indicou qual a melhor opção - ramen de amêijoas. E tenho a dizer-vos que foi uma delícia (não só a comida, como este primeiro vislumbre da vida dos locais).


Primeira visita em Osaka

No dia seguinte (21/09, Sábado), encontrámo-nos com a guia na estação de Osaka. A cidade é mais bonita à noite toda iluminada, mas para os apreciadores de arquitectura vale a pena visitá-la de dia.


Photo by Laura Filipe

Começámos por visitar o Umeda Sky Building, que além de um exemplo de arquitectura moderna, permite uma observação de 360º de Osaka - a cidade é arranha-céus a perder de vista. Depois tivemos um early lunch, após o que fomos visitar o Castelo de Osaka, utilizando o metro.

O Castelo é lindíssimo por fora, e por dentro tem exposições sobre a História do Castelo e de Osaka.

Photo by Laura Filipe

Terminámos a visita com um cruzeiro e cerca de 1 hora pelo rio. Creio que teria sido mais interessante ter tido mais tempo no Castelo, e o cruzeiro é, honestamente, dispensável. Osaka é bonita no seu todo, não pelas partes que a compõem, pelo que o cruzeiro não acrescentou nada.

Regressados ao hotel, após breve visita ao Pokémon Center (no Japão, sê criança), tentámos activar o cartão SIM, mas sem sucesso.
Mesmo sem acesso a dados, decidimos ir visitar o bairro de Dotonbori the old fashioned way, com mapa na mão e a confirmar o caminho com as alminhas caridosas que acederam a parar. Rapidamente nos disseram que estávamos longíssimo a pé, e aconselharam-nos a apanhar o metro. E foi a melhor decisão! O metro funciona às mil maravilhas e é muito fácil de entender, mas anda-se imenso (!) dentro da estação para trocar de linha.

Dotonbori é o local ideal para foodies e pessoas que procuram divertimento.

E é tudo o que imaginava do Japão moderno: restaurantes grandes e pequenos em caves e em primeiros andares, street food, ruas iluminadas com lanternas vermelhas e outras sinaléticas e luzes néon; lojas de brinquedos, lojas de jogos de arcada... mas o melhor são as pessoas. Os homens parecem não saber comprar fatos do seu tamanho, as mulheres não conjugam as cores e chinelam sapatos demasiado grandes para os seus pés; as meninas em idade escolar andam com os seus uniformes de saias plissadas; há cortes de cabelo para todos os gostos, mas não há tatuagens e piercings; há bebés e crianças com caras adoráveis, e casais que passeiam de mãos dadas; há mulheres adultas com malas em formato de pikachu e homens adultos que seguem jogos de dança com coreografias femininas - não há vergonhas, há muita gente na rua a rir e a divertir-se.

Claro que tivemos de provar street food, mais precisamente takoyakis (uma espécie de bolinhos de polvo), e fomos experimentar aqueles jogos em que se tenta apanhar um peluche com uma garra. Sem sucesso, lamento informar...

Dotonbori merece a visita de quem tenha algum tempo em Osaka, porque contra-balança a ideia do japonês workaholic e sério, e dá-nos o outro lado.

Amanhã partiremos para Quioto bem cedo para continuarmos a explorar esta cultura centenária.

É em alturas como esta, enquanto escrevo este relato no silêncio da noite, após um dia muito bem passado, que me apercebo do quão privilegiada sou pela vida que tenho e por poder viajar pelo mundo e conhecer outras culturas - esta é, definitivamente, a verdadeira riqueza.

Arigato!

1 comentário:

  1. É uma maravilha ler estes testemunhos! Esta é de facto a viagem de uma vida e também está no topo da minha lista. Neste momento só podemos sonhar e sonhar através das palavras da Laura é simplesmente delicioso! Um retrato com tanta atenção aos detalhes que torna tão mais fácil idealizar o que estamos a ler. Obrigada!

    PS: Fico à espera do relato dos dias seguintes ;)

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