Singapura é tão elegante, sofisticada e inovadora quanto pode
imaginar: uma metrópole brilhante repleta de arranha-céus e amplos centros
comerciais que se equilibram com as paisagens tropicais que lá existem.
Chineses, malaios, indianos e expatriados de todo o mundo criaram uma cultura
que nem Singapura consegue definir – multiculturalismo no melhor sentido da
palavra. É também segura, impecavelmente limpa, e uma porta de entrada para o
Sudeste Asiático. Contudo, existem regras que devem ser cumpridas, e há erros
que os viajantes geralmente cometem. Veja abaixo quais são e como evitá-los,
segundo Murphy Loh, concierge chefe no The Ritz-Carlton,
Millenia Singapure.
by John T on Unsplash
1. As pessoas ignoram os hawker centers porque não estão habituadas.
Em Singapura, a comida é um assunto sério. É, geralmente, o primeiro tema de conversa e uma fonte de opiniões bem enraizadas. Existe uma grande variedade de bons restaurantes sofisticados, cafés boémios e, o mais notável e singapuriano exemplo de todos, os hawker centers – pavilhões onde estão concentrados pequenos restaurantes (à semelhança do Mercado da Ribeira, em Lisboa). Há algumas décadas atrás, o governo decidiu criar um centro para estes vendedores, com o intuito de manter os standards sanitários e de reestruturar a cidade. Esse facto ajudou a transformar Singapura no país que conhecemos hoje. As três cozinhas principais que lá se encontram são a chinesa, malaia e indiana. Existe também cozinha japonesa, tailandesa e americana (hambúrgueres), e alguns misturam a gastronomia dos diferentes países criando uma magia de sabores.
Os pratos dos hawker centers, todos surpreendentemente acessíveis, não vão ser os mesmos que se encontram na China ou na Índia. Isto porque todos os pratos locais de Singapura têm a impressão digital de cada vendedor, através da receita secreta que vai sendo transmitida ao longo das gerações. Toda esta variedade reflecte o multiculturalismo do país. Alguns pratos típicos que devem ser procurados são: arroz de frango, caranguejo em molho picante (chilli crab), espetadas satay e, para os mais aventureiros, raia grelhada. Uma boa ideia é complementar estes pratos com um sumo de cana-de açúcar e uma rodela de limão, ou com a cerveja típica de Singapura, Tiger Beer.
by Poh Wei Chuen on Unsplash
2. A escolha de vestuário é geralmente feita consoante o clima do equador, e não de acordo com o ar condicionado.
Tenha também em conta que a moda e as compras têm um papel muito importante no modo de vida do país, portanto arranjar-se para ir tomar o pequeno-almoço, almoço ou jantar não é invulgar. O vestuário utilizado em Singapura pode ser o mesmo vestuário que se vê em qualquer cidade cosmopolita.
by Natasha Kasim on Unsplash
Os transportes públicos em Singapura
são uma forma muito fácil de percorrer a cidade, seja de metro (Mass Rapid
Transit, ou MRT), autocarro, ou até mesmo o teleférico para a Ilha de Sentosa.
O metro é dos mais limpos e eficientes do mundo, e deve ser a primeira
opção. Em segundo lugar surgem os táxis (existem seis concorrentes
principais) e, geralmente, a conversa com os motoristas é esclarecedora, desde o ponto de partida até ao
destino. A Grab e a Uber estão a tornar-se populares também.
Apesar da diversidade étnica e da mistura de línguas, o
Inglês continua a ser predominantemente usado nos transportes públicos e pelos
taxistas. Para além disso, podemos dizer que não seria Singapura se não tivesse
algumas regras-chave no que diz respeito aos transportes: primeiro, antes de
atravessar a rua, tem mesmo que encontrar uma passadeira, porque o jaywalking leva a uma multa. Depois, não
pode comer nem beber nada no comboio - apenas pode dar alguns golos de água
muito rapidamente. Por último, no que toca aos táxis, é importante levar
dólares de Singapura, porque a maioria deles ainda não funciona com cartões de
crédito. Pode
esperar também taxistas muito faladores e
bem-dispostos. Nota: As sobretaxas nos táxis aplicam-se durante os horários de
pico: de manhã, ao anoitecer e depois da meia-noite.
by Farrel Nobel on Unsplash
4. Assume-se o inglês como língua primária e pensa-se que não há nenhuma língua a aprender.
Já ouviu falar de Singlish? É uma parte insubstituível da identidade de Singapura: um dialecto híbrido com palavras emprestadas de diferentes idiomas, que reflectem a composição cultural da cidade e incluem Inglês, Hokkien, Mandarim, Malaio e Tamil. Consegue combinar cinco a seis idiomas diferentes em qualquer frase. “Lah”, por exemplo, é uma expressão Singlish usada para enfatizar uma emoção. Se disser “I’m tired lah” significa que está um pouco cansado, mas se disser “I’m tired LAH!” significa “Estou extremamente cansado por isso deixem-me em paz.” “Can lah” é geralmente usado para dar permissão a alguém (“Sim, claro que podes fazê-lo”). Existe também uma saudação popular: “Eat already or not?” (lido muito rapidamente - “Eatalreadyornot?”). Como a comida é uma parte crucial de qualquer singapuriano, é natural saudar alguém com o seu nível de fome. Por último, “shiok” (pronuncia-se sh-yok) é uma expressão usada para descrever a satisfação pura- adivinhe quando: no final da refeição. Pode dizer “The chili crab I had at dinner last night was so shiok!” (“O chilli crab que comi ontem há noite era tão shiok!”) e passará por singapuriano.
Photo by chuttersnap on Unsplash
5. Acredita mesmo que não vai ser multado, certo?
Errado (Desculpe!). Quando as pessoas descrevem Singapura, a afirmação “É tão limpo e verde.” segue-se de uma lista infinita de multas peculiares. Para começar, é proibido comer pastilhas elásticas. Ponto final. Não as pode levar para o país, nem comprá-las lá – embora exista quem vá até à Malásia para comprar um pacote. Em segundo, fazer lixo não é permitido; não há embalagens de doces, sacos de takeout, coffee cups, e a lista continua. É por esta razão que Singapura é tão limpa! As pessoas apenas podem fumar nas áreas designadas para tal, e também levam multa se não descarregarem o autoclismo numa casa de banho pública. Singapura tem um site chamado Stomp (criado pelo Straits Times), onde as pessoas fazem upload de fotos de comportamentos que dão direito a multa, como estacionar num local para deficientes. O país leva estas questões muito a sério. Os polícias com uniforme podem até não estar à vista, mas os à paisana abundam!
Sem comentários:
Enviar um comentário