terça-feira, 30 de abril de 2019

A Paula foi ao Egipto e contou-nos tudo - Parte 3

Photo by Paula Alves

A visita a Abu Simbel obrigou-nos a levantar às 3h30, mas é algo realmente deslumbrante.
A estrada que vai lá ter abre para os turistas às 5h e fechas às 16h, e há uma abertura especial escoltada pela polícia antes da meia-noite, para quem vai ver o show de luzes que se inicia às 18h.

Existem várias formas de se fazer esta visita, e todas tem os seus prós e contras.
Existe um Aeroporto em Abu Simbel, portanto é possível visitar-se usando um voo doméstico, e até é possível dormir lá, pois há um hotel 4*.

A viagem de carro fez-se muito bem. Tínhamos ido para a cama às 20h30 e consegui dormir até às 3h, foi óptimo. No carro, levamos as almofadas do hotel e tampões nos ouvidos, então foi ainda melhor! Eles conduzem muito rápido, e tanto a estrada como o carro (van bastante bom) fazem com que se sinta mais a velocidade.

Estava bastante frio, não havia sol nem calor nenhum nesta terra…o clima com 0% humidade é mesmo muito diferente.
Chegámos às 7h50 e já lá estavam cerca de 7 autocarros, mas nem parecia ter muita gente. Aqui é preciso bilhete para tirar fotos. Eles não informam, dizem que a multa por tirar fotos é 300lb o que leva muito gente a pensar que não se pode tirar, simplesmente.
Os senhores que andam por lá a pedir o bilhete também indicam o local das melhores fotos ou tiram, mas querem pilim, gasosa ou gorjeta, como eles já sabem dizer!!

Photo by Paula Alves

O magnífico Templo de Ramsés II e Nefertiti ao lado (e partilhado com Deusa Hator) iam ficar debaixo do Lago de Abu Simbel que foi feito pelo homem quando construíram a barragem de Aswan. Com apoio da UNESCO cortaram as pedras e cerca de 45 mil pedaços, e reconstruíram tudo na margem do lago! Podiam ter levado os templos para Aswan, de forma a facilitar as visitas, mas ter-se-ia perdido o milagre de Ramsés II. No altar que ele construiu, com a figura dele e 3 deuses, o sol entrava 15 minutos pelo templo, no dia 22 de Outubro e 22 de Fevereiro, e iluminava a cara dele. Estes dias, quando os templos estavam no local certo, eram 21 de Outubro e 21 de Fevereiro. Caso os templos tivessem ido para Aswan, perdia-se este “milagre”!

Fizemos umas comprinhas nas tendas junto aos Templos, bebemos um chá, e partimos pelas 9h com regresso a Aswan. Após uma hora fizemos uma pausa para ir à casa de banho e para ver as miragens no deserto, e chegamos ao destino por volta das 12h. Fomos visitar o Templo Philae, que fica numa ilha, e os preços da viagem de barco são negociados pelo guia no momento.
Há artesanato bonito aqui, merece algum tempo livre, mas por opção nossa não incluímos mais visitas.

Apesar de curto, o tempo que passamos em Philae foi bem passado. Tanto o passeio de barco como toda a envolvente são muito bonitos.

Este templo também ia ficar debaixo da água da barragem, mas foi reconstruído noutra ilha, quase ao lado. O Templo de Philae, da deusa Isis, esteve debaixo do Rio Nilo cerca de 72 anos. Antigamente, ia-se de barco ver o topo do mesmo ou entravam pelas janelas na parte mais alta. A pedra ficou preta em muitas zonas por causa da água.

Regressámos ao navio para almoçar às 14h, e só 40min para o fazer, visto que íamos partir de faluca para fazer a visita da Vila Núbia. Resolvi incluir para saber como é, e fiz bem!

Photo by Paula Alves


Saímos de faluca, barco à vela típico, onde um dos jovens núbios que nos conduzia começou a cantar e tocar tambor. Comprei-lhe um colar, uma pulseira e um crocodilo de madeira 😊. Tivemos que passar para um barco a motor para chegarmos ao destino final mais depressa: o vento não era muito e a faluca não é barco que se apresse.

Passamos por várias ilhas pequenas muito belas e paramos numa praia para experimentar as águas do Nilo. Os vendedores são muito insistentes… vêm logo tentar vender alguma coisa, e naturalmente têm sorte muitas vezes.

A água é gelada! E o Henrique mergulhou mesmo…em cheio. A água é transparente, mas está cheia de lixo, e isso foi algo que me incomodou muito. Latas de coca-cola, garrafas de água… enfim.

Photo by Paula Alves

Fomos de camelo até à Vila Núbia, acompanhados de muito lixo na areia… é mesmo uma tristeza. Por outro lado, a Vila está a desenvolver-se bastante bem, com vários alojamentos locais engraçados. Todos vivem do turismo, que está a recuperar, e constroem-se casas novas. Acredito que daqui a uns anos esteja bem melhor. O pior agora é todo o lixo que têm acumulado em todo lado.

As casas são coloridas, típicas e o artesanato é bem giro. A visita valeu a pena porque, para além de ter sido agradável para nós, acabamos por ajudar o povo que precisa de se desenvolver.

A coisa que menos me agradou foi o facto de todos terem um crocodilo em casa, fechado numa gaiola. Não tem graça ver um animal de 2 metros num quadrado de pedra com uma grade por cima. Mas dizem que à noite os soltam no pátio das casas. Espero que sim.

No regresso, assistimos a um casamento de um casal que não era local 😊, não sei de onde eram, ou da Europa, Américas ou Austrália. Estavam todos bonitos, com o povo vestido de branco a cantar e dançar com eles.

Voltamos ao pequeno barco de motor e seguimos para o nosso navio. Passamos em frente ao hotel da Agatha Christie, e tivemos a oportunidade de observar a cidade iluminada à noite. Parece-me muito mais desenvolvida do que Luxor.

Foi um dia em cheio, e foi o que nós mais adorámos. Nem estávamos assim tão cansados. Depois de jantar, com um tema Egípcio, assistimos a uma dança de dervishe, em que a veste do senhor não era muito bonita 😊.
Dormimos e, na manhã seguinte, regressamos ao Cairo, onde tínhamos o representante à nossa espera. Não era Amru, mas outro senhor simpático cujo nome não fixei. Seguimos para almoçar, onde a nossa guia Hoda nos esperava, novamente num barco no Nilo. A entrada era bonita, mas a comida foi o básico… frango grelhado, arroz e batatas fritas congeladas…enfim. As entradas e o pão pita eram o melhor.

Depois de almoço, fomos ver o Museu do Cairo, em que estava tudo aquilo que estava no túmulo do Tutankhamon. A sala das múmias, amazing!! Compra-se um bilhete de 50lb para tirar fotos, mas ninguém anda pelo museu a pedir o bilhete, então era fácil tirar. 😊


Photo by Paula Alves

Depois do Museu, iniciamos o nosso tour do Cairo by night. Passamos pelo cemitério da cidade, e existem casas ao lado dos túmulos. Antigamente, as pessoas ficavam aqui a viver para se esconderem dos Israelitas, que não os iam procurar num cemitério. Agora continuam lá muitas pessoas pobres, que se habituaram a viver ali. O governo tentou realojá-los, mas eles não mostram interesse.

O local, se fosse recuperado, era bem giro. O seu estilo fez-me lembrar os Hutong de Beijing, mas com muito lixo. Isto, talvez, pelo facto de não ser propriamente uma atração turística, mas sim uma curiosidade.

Fomos visitar uma mesquita. Passamos na Rua Moez e fomos ao Mercado Khan el Khalili. Depois de ver o Mercado, que parece igual a todos os outros depois de já ter passado por alguns, encontramos a guia num café, onde bebemos chá, fumamos shisha e seguimos para jantar.

Depois de jantar, passamos para ver algumas luzes e a vista dos hotéis mais importantes junto ao Nilo, e seguimos para o Aeroporto.

Chegámos 3 horas antes do voo e o representante ficou à espera connosco. Eramos os primeiros na fila e ele ficou a guardar o lugar para nos sentarmos. Seguimos no voo noturno até se passou bem.

Saímos do avião e a polícia estava a parar todos para ver o passaporte…bom, ficaram com o Rui… depois de todos saírem e nos deixarem ir à casa de banho, explicaram que ele tinha que ir com eles verificar o nome e passaporte, porque procuravam uma pessoa com o mesmo nome ou um muito parecido. Nós tivemos que ir para a fila normal dos passaportes. Quando saímos ele já estava despachado…não era ele 😊!

Sem comentários:

Enviar um comentário