De Lale Arikoglu – adaptado da CN Traveler
O romance de Alexandre Dumas,
escrito em 1844 – O Conde de Monte Cristo
– é o tipo de leitura que nos faz querer fazer as malas e descobrir uma ilha
deserta só para nós. Hoje em dia este sonho é muito difícil de alcançar, mas pode
ter uma experiência equivalente à do livro: a ilha italiana de Monte Cristo
(sim, a mesma onde Edmond Dantès descobre a sua arca do tesouro) está aberta a
um número limitado de visitantes, duas vezes por ano: de 1 de Abril a 15 de
Abril, e de 31 de Agosto a 31 de Outubro.
A cerca de 50 km de Porto Santo
Stefano, na Toscana, 15km2 estão fora
dos limites para quase todos, graças ao status de área protegida que a ilha
mantém desde 1988. A exceção são 1000 turistas por ano, sendo que 600 lugares
estão reservados para grupos escolares, e os 400 que sobram devem viajar em
grandes grupos com cerca de 40 pessoas, para assegurar o lugar na lista de
espera – a melhor opção é juntar-se a uma visita em grupo ou reunir alguns
amantes de literatura, antes de fazer o pedido para visitar a ilha.
Chegar a Monte Cristo também não é
fácil. Não existe nenhum serviço de ferries, e é preciso uma permissão oficial
das autoridades locais, que pode levar até três meses se quiser visitar Villa
Reale, e três anos se quiser descobrir os trilhos de caminhada. Aurora
Ciardelli, representante do parque nacional do arquipélago toscano, elucida “A
ilha não tem horários para os ferries e, portanto, aqueles que recebem a
autorização para a visitar devem procurar, de forma independente, um barco que
consiga cobrir a distância até à ilha”.
São todas estas burocracias de
protecção da ilha que a tornam tão especial. Os seus residentes são muito
poucos, então a paisagem da ilha e as espécies raras de vida animal permanecem
intactas, e não incomodadas pelos seres humanos. Notavelmente, é proibido
nadar, fazer caminhadas por conta própria, e passar a noite. Assim, a única
actividade permitida é admirar a natureza magnífica até apanhar o barco de
volta. Isso, e procurar o tesouro escondido, claro.
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