quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

A viagem da Raquel a Moçambique - parte 1

Email enviado pela Raquel aos colegas da TravelTailors:

Voo TAP impecável, aparelho novo muito silencioso.

Aeroporto de Maputo pequeno mas decente. Quem tiver que apanhar voo doméstico a seguir, mais vale tratar do que precisa no terminal internacional (é ao lado, mas tem mais serviços).  No terminal doméstico há um café e um restaurante, ambos simpáticos e que servem bem. Só há câmbios no terminal internacional. 

O visto à chegada é tão óbvio que ninguém pergunta nada. É um pouco demorado simplesmente porque é Africa, há fila, the usual, não porque alguém complique. Custa 50 USD sharp (não 51, como alguém me disse).

É vital trocar dinheiro aqui no terminal internacional ou levantar num ATM. Deve evitar-se por os pés no banco em absoluto. Contei 20 carimbos ao funcionário, além de 30 minutos. O único sentimento que desperta é "foi para isto que quiseram a independência?". Ou, como o meu pai disse, já danado, "em Portugal isto levava 2 minutos". Tive que o arrastar de lá para fora. Portanto, havendo clientes com passado colonial, evitar completamente confronta-los com estas evidências mais pungentes de burocracia é um must.

Trazer dólares para Moçambique é um problema como só vi na Birmânia, se não mesmo pior. As notas têm que ser recentes, imaculadas e ninguém, nem bancos aceitam notas pequenas, ie, de menos de 20 dólares. Esqueçam gorjetas em notas de 1 USD que são critério mundial. A população não consegue trocar.

Com uma escala de 4h em Maputo dá para uma volta à cidade de carro. É perto e fica em cerca de 50 USD se for de 2h30, com paragens. Não é uma cidade bonita em termos de monumentos, mas também não é confusa nem feia como outras cidades africanas. Um português com interesse em história, ou passado familiar em Moçambique, gostará de ver.

Tudo limpo. Maputo, Inhambane, as estradas, as aldeias. Esta é a primeira e mais forte impressão para o viajante europeu que espera a pior das Africas. Moçambique é muito melhor em limpeza, estradas, aspecto e simpatia / dignidade das pessoas do que os vizinhos Tanzânia e Quénia. Não tem mesmo nada a ver. No dia em que a Gorongosa estiver em pleno, é mandar a malta para aqui (as casas de banho até têm papel higiénico).

O voo doméstico atrasou 2H e é habitual. Fretado a uma companhia sul africano. O piloto acelerou tanto na hora de aterrar que nem sei como parou.

Zona de Inhambane e Tofo muito bonita, mais para turismo independente e quem gosta de autenticidade. Ficámos num boutique de 6 quartos lindíssimo - Baía Sonâmbula, com um gerente italiano  também lindíssimo (falava português impecável porque teve uma namorada de Faro), tudo de bom gosto, serviço imaculado, semelhante ao Mucumbli de S Tomé, com motivos africanos na decoração e peq almoço maravilhoso. 

Photo by Baia Sonambula
Praia bonita, com ondas pequenas e regulares. Muito frequentada por sul-africanos (já se notaram, embora a enchente, o horror, sejam a partir de dia 21 de Dezembro). Muitos têm casa aqui. São simpáticos, descomplicados, mas bebem como esponjas e tornam-se barulhentos.

Toda a gente (local) se nos dirige em inglês. Quase apanham um susto quando falamos português, mas ficam felizes por poder falar a mesma língua connosco. 

Pessoas simplesmente adoráveis.

Guia-condutor Sergio óptimo, inteligente, discreto, muito sincero a falar do país e capaz de conversas interessantes. Recebe muitos franceses e alemães. 

Hoje, viagem de 400km por terra até Vilanculos (gostei muito, quem quer ver a paisagem a mudar, as aldeias, as pessoas, deve fazê-lo e a estrada está muito boa) e espera breve no hotel Dona Ana (muito bom ter aqui este apoio, os clientes não esperam perdidos na rua) antes de embarque para o Anantara Bazaruto

Photo by Raquel Ribeiro

Viagem de 45 min de barco tipo pequeno iate. Avistamos golfinhos... 

Recepção sumptuosa, rapidamente convertida numa simpatia mais próxima por causa da língua e das minhas piadas. 

Resort grande, muito mais para famílias do que lua de mel, a meu ver. Quartos familiares bem grandes no topo da colina, geminadas com outras, o que significa que estávamos na nossa mini piscina privada ao por do sol quando começámos a ouvir a música alta dos nossos vizinhos sul-africanos. Há beach villas junto à água que me parecem mais giras, mas só amanhã visitarei.

Photo by Raquel Ribeiro


Ilha bastante grande e habitada por outras pessoas nativas.

Bem cuidado, staff amoroso, comida óptima, mas ainda assim um grande resort internacional, sem especial africanidade, quartos enormes mas com alguns detalhes demodés. 

Água quente e bonita, mas sem peixes (para snorkeling há que ir em tours especiais a pagar à parte).

Photo by Raquel Ribeiro


Segurança total em todo o lado, não por presença policial mas por pura e simples paz de alma. Zero violência e intimidação. As pessoas deixam as portas abertas. 

Não vejam as notícias, que esses gajos só tem é inveja. Fechem essa agência e venham para aqui, que é bonito, pá. 

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